terça-feira, 3 de dezembro de 2013

E PATOS FICOU DE FORA DO CAMPIONATO PARAIBANODE FUTIBOL 2014, LUIS GONZAGAM DE MORAIS


O fato de viver mais em João Pessoa do que em Patos nos inibe muitas vezes de falar sobre determinados assuntos. Esperamos que alguém aborde o assunto para depois “meter a colher” naquilo em que possamos contribuir para o debate. Por isso deixamos de falar anteriormente neste assunto que é importante para a imagem da cidade. Ficamos esperando melhores detalhes sobre a questão. Como ninguém o abordou no Patos Online, que consideramos a nossa mais ampla tribuna, sem demérito para os demais “sites” sobre a cidade, só agora vimos tecer algumas considerações.
Não vamos jogar a culpa sobre a administração municipal. A prefeitura não vem dando conta de suas obrigações primárias, como exigir que sustente o nosso futebol. Governo do Estado e Prefeitura da capital têm dinheiro sobrando para apoiar o Botafogo, mas Patos, Sousa, Cajazeiras e Guarabira têm outras prioridades. São as comunidades como um todo que devem subvencionar seus times de futebol. O que podem fazer as prefeituras é dar uma contribuição na medida do que lhes sobre para o “pão e circo” de sempre. Da mesma maneira que fazem com o São João, o Carnaval e outros eventos. Podem ajudar para que os eventos aconteçam, jamais banca-los quando falta tanto o que fazer na educação, na saúde, nos transportes, no saneamento, na pavimentação, na ação social.
Mas, por que Sousa e Cajazeiras que precisam se juntar para chegar a uma Patos, mantém seus clubes de futebol e Patos não consegue manter os seus dois clubes, com uma tradição de mais de meio século?
Primeiro, os clubes têm que ter uma estrutura mínima para alojar os jogadores, treiná-los e para atrair os torcedores como forma de gerar rendas. Não me consta que os times de Patos tenham este mínimo dos mínimos. Tivemos a informação de que o Esporte só disputou a segundona deste ano, por que o Nacional lhe forneceu o mínimo de infraestrutura que tinha. As camas e as panelas. Então, a primeira luta dos torcedores deve ser criar uma estrutura mínima: uma sede com alojamento, campo de treino e estrutura de cozinha. A partir daí viria a contribuição da comunidade. Patos é um grande centro de educação, uma grande centro médico, um grande centro comercial. Em tudo e por tudo superior a Sousa ou Cajazeiras. Só João Pessoa e Campina Grande constroem mais do que Patos. Somos hoje o terceiro centro construtor do Estado. Nós próprios temos nos surpreendido com as vistas aéreas de Patos, a ponto de quase desconhecê-la em alguns momentos.  Falta pois os nossos clubes sensibilizarem o comércio, a indústria e os serviços da cidade, aí incluídos educação, saúde e prestação de serviços, para ajudar o futebol. Seria a mais perfeita forma de divulgação das potencialidades da cidade. E há muitas formas de ajudar os clubes, além de uma contribuição mensal. Já pensaram o curso de educação física das FIPs se encarregar da preparação física dos dois clubes? E quem sabe não sairiam dali mesmo os futuros treinadores, não só para Nacional e Esporte, mas para outros clubes da Paraíba? Já pensaram os construtores da cidade se juntarem para construírem as sedes de Nacional e Esporte? Já pensaram o Moinho Patonse, o Guedes Shopping Center e Supermercados, as FIP, o Alumínio São Paulo, a Carreiro, a Quasar, o Doce Sabor do Sertão e tantas outras marcas locais estampadas nos uniformes de nossos dois times? Elas teriam a televisão e o público dos estádios para divulgarem aquelas marcas que ficariam muito mais famosas do que já são.  Perdoem-me as demais marcas por não citá-las, foi apenas por falta de espaço.
Ficam aí estas ideias. Mas primeiro, os clubes têm que se organizar. Montarem diretorias que possam conduzir os times com profissionalismo. Temos que ultrapassar aquela ideia de dirigentes endinheirados para sustentar os times. E para tirarem proveito de eventuais lucros gerados pela venda dos futuros craques. Os dirigentes devem ser administradores e empreendedores que saibam gerar receitas e administrá-las, investindo na formação de jogadores e na contratação de quem possa transmitir experiência para a prata de casa. Claro que aqueles profissionais que derem dedicação total, tipo gerente de futebol, assim como treinadores e preparadores físicos profissionais, devem ser remunerados pelo clube ou por alguma entidade que se comprometa com isso. Nunca se deixará, por outro lado, de aceitar o voluntariado, desde que com o compromisso de permanência para que não vá faltar ao clube na hora das necessidades.
Concordamos plenamente com a decisão das duas diretorias de tirar os clubes do campeonato deste ano. Se era para “fazer feio”, é melhor ficar de fora. Mas para os atuais dirigentes e a cidade lançamos este desafio. Vamos aparelhar os dois clubes e montar dois times de vergonha para as disputas de 2015. E aí sim, esperar uma ajuda da prefeitura e do Governo do Estado. Que seja supletiva. Para que os clube não dependam exclusivamente dela. Se a cidade não tiver condições de manter dois clubes é melhor ficar de fora do que fazer vergonha. Dizemos manter dois clubes por que a concorrência é a nosso ver vital para a sobrevivência do futebol. O futebol de Campina Grande é muito mais vistoso do que o de João Pessoa, por conta da concorrência, da rivalidade entre Treze e Campinense. Este dois não dependem de dinheiro público para sobreviver. O futebol de Patos foi muito mais viçoso quando Nacional e Esportes eram potências no futebol patoense. E as duas torcidas estavam no José Cavalcante todos os domingos, para torcer contra ou a favor. Os mais antigos sentimos falta disso. Os mais jovens não sabem o que estão perdendo. (LGLM)

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